Chegada à Hungria



Passei uma semana na capital húngara: Budapeste. Fui com a missão de apresentar meu trabalho em um congresso europeu junto com um grupo de brasileiros e franceses. Saí de Lyon junto com uma amiga e fomos rumo ao leste: Lyon-Frankfurt-Budapeste. Que viagem! Não escrevi posts de lá, porque não tinha tempo para colocar fotos que ilustrassem. E, convenhamos, Hungria sem foto não faz sentido! Mas escrevi para minha família e, agora, aproveito para reeditar essas mensagens e ilustrá-las para o blog. Espero que minhas impressões passem a meus leitores ao menos 1% do meu encanto com a Hungria e com os húngaros...

1º momento: a chegada

Na Hungria, nada, absolutamente nada, nada mesmo no mundo, é escrito em outra lingua que não o húngaro. E eu entendo bem o Chico Buarque quando diz que "nem o diabo fala húngaro". Aliás, nem "húngaro" se escreve "húngaro" em "húngaro". A lingua que eles juram que falam é o Magyarország. Eu aguento? Eu só aprendi uma palavra: "obrigado". Por sinal, a mesma palavra que a lixeira do McDonald's sabe em qualquer canto do mundo. Quando o parâmetro é aprendizado de húngaro, vê-se bem que meu nível equipara-se ao da lixeira. Fazer o que, né? Cada um com seus talentos.

Esquecendo o húngaro, posso dizer o óbvio: Budapeste é linda, linda, linda. Um sonho de cidade. Vocês PRECISAM vir aqui. Ponto final. No dia em que saímos do congresso, fomos a um jantar em um barco no canal que liga "Buda" e "Peste". Rapidamente, eu fiz cara de interrogação, disse o universal "ahn?" e entendi, mal e porcamente, que eu estava em Peste (não gostei dessa parte...), a parte nova da cidade. Nova? Mesmo? Não parecia... "nova sim, é do século 18". Ah, bom... Buda era a parte antiga. "Antiga quanto?". Entendi num inglês-húngaro, tarefa que eu passarei a encarar com uma penitência, que tinha mais de 1.000 anos. E que esse era o único registro possível. Ah, bom...!

A pergunta que não quer calar: "e a comida húngara, hem?" O jantar no barco estava estava maravilhoso. Comi umas coisas que não tinham nome (ainda bem, qualquer coisa com mais de 10 letras e 15 acentos na mesma palavra me dá indigestão prévia). Juramos que era goulash, juramos que não era, e parece que não era mesmo. Um dos brasileiros, que é um entendedor de massas, disse logo "isso é que nem gnocchi. eu conheço massa cozida de batata até na Hungria". E não é que era mesmo? Uma espécie de gnocchi pós-atropelamento que nós comemos com um molho de carne bem apimentada. Depois dos filés crus de arenque que acidentalmente pedi em Lyon, comi, repeti... e o almoço já tinha sido ótimo. Obrigada, seu garçon! Opa, peraí, "obrigado" em húngaro eu já sei (eu e a minha amiga lixeira). "Kósonam"? Er... pela cara do garçon, não. "Kótsonuam"...? Não, né, moço? Na dúvida, sorrisão e sinal de "positivo". Que esperanto, que nada... a lingua universal começa com "ahn??" e termina com "aaaaaaaaah...". Essa, todo mundo entende! Até o diabo!

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